Especialistas defendem que idosos podem aproveitar para comprar alimentos ou remédios e evitar saídas constantes, ou ainda aplicar na poupança

A antecipação do 13º salário para segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), anunciada pelo governo federal como uma das medidas para enfrentar a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, pode facilitar a compra de alimentos, remédios, quitação de dívidas ou ainda pequenos investimentos, segundo especialistas ouvidos pelo R7.

Eles ressaltam que o aposentado, pensionista ou outro tipo de beneficiário do INSS precisará, no entanto, ter consciência de que o recurso não estará disponível novamente no segundo semestre, como acontece todos os anos.

A primeira parcela começará a ser paga a partir de 24 de abril, em calendário que ainda será divulgado. A despesa prevista pelo governo é de R$ 23 bilhões. Valor semelhante será disponibilizado em maio, no pagamento da segunda parcela. No ano passado, a primeira e a segunda parcela foram pagas, respectivamente, em setembro e novembro.

Por se tratar de uma quantia relativamente pequena – a metade do benefício recebido pelo segurado – uma das opções é usar a primeira parcela justamente para o enfrentamento da crise. Segundo Ricardo Teixeira, coordenador do MBA de gestão financeira da FGV, os idosos podem usar esse reforço no caixa para evitar idas constantes ao supermercado. Esse público é o mais vulnerável à doença covid-19, causada pelo novo coronavírus.

Ele afirma que o ideal é colocar em casa produtos de primeira necessidade. “Não se trata de fazer um estoque, mas comprar alguns produtos que permitam à pessoa ficar sem ir ao mercado por um prazo de duas ou três semanas, evitando exposição”, afirma.

Se sobrar algum recurso, uma opção é colocar o dinheiro na poupança ou em conta-corrente que funcione com aplicação automática, mas sem carência. “É possível aplicar em investimento sem carência, que a pessoa não precise esperar para retirar. Não é o momento de outro tipo de investimento, em outro momento seria, mas agora não. É um dinheiro para dar um pouco mais de segurança”, diz.

Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), aposentados e pensionistas podem aproveitar o dinheiro para comprar seus medicamentos e quitar eventuais dívidas.

“Se ele está pegando o dinheiro agora, vai fazer falta lá na frente, é preciso saber disso. Ele pode antecipar a compra de remédios que precisa tomar normalmente. Outra opção interessante é guardar na poupança”, afirma.

A medida pode ter reflexo positivo na economia ao injetar recursos num momento de apreensão, afirma Oliveira.

Consciência e prevenção

Segundo a educadora financeira Teresa Tayra, o aposentado deve investir em saúde, boa alimentação e prevenção. Se não houver necessidade do uso do dinheiro agora, a dica é poupar. Especialmente quem não tiver uma reserva de segurança para os próximos meses.

Ela alerta para o risco que muitos aposentados enfrentam, que é o de emprestar seus recursos para parentes e perder o dinheiro. “Parentes esses que, por falta de uma consciência financeira, usarão de forma indevida com consumos desnecessários em desejos imediatistas”, diz.

Décimo-terceiro

O décimo-terceiro, também chamado de abono, tem como objetivo oferecer uma gratificação extra a aposentados e dependentes do INSS e semelhante à paga aos demais trabalhadores. Cerca de 30 milhões de beneficiários têm direito ao abono, incluindo:

– aposentados
– beneficiários do auxílio-doença
– beneficiários do auxílio-acidente
– beneficiários do auxílio-reclusão
– beneficiários da pensão por morte
– beneficiários de salário-maternidade

Fonte: Portal INSS

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