A reforma da Previdência era esperada por deputados e senadores, mas provoca polêmica até na base governista. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia determinou o envio do projeto a Comissão de Constituição e Justiça. A expectativa de votação na CCJ é na terça-feira (13), e a criação, na quarta-feira (14), da Comissão Especial.
Apesar da defesa da equipe econômica, de que, sem a reforma da Previdência, é o caos, a resistência aparece. Procurado por sindicalistas, Maia garantiu que não haverá pressa e que o debate está assegurado. “A gente vai manter o diálogo. As centrais sindicais estarão presentes, todas elas. Nós queremos que isso fique garantido, junto com os deputados presentes, mas também com as centrais, que terão liberdade para apresentar ideias e propostas”, disse.
Os sindicalistas pediram a abertura de debates. Paulinho da Força vê dificuldades para votar a reforma nos moldes do projeto do Governo. “Tem que ter uma diferença para a mulher, porque elas trabalham mais que o homem. É preciso ter uma diferenciação para as mulheres”, ressaltou.
O vice-líder do Governo, deputado Darcísio Perondi, defendeu o projeto e acredita na aprovação rápida. “O relator deve ler o relatório na quinta-feira e devemos votar na terça-feira e toda a base aliada está mobilizada. A reforma da Previdência é uma necessidade”, disse.
Mas, para o deputado Henrique Fontana (PT/RS) a proposta do Governo para a Previdência é injusta e não deve ser aprovada. “Este argumento é o que chamo de argumento no estilo terror. Todos nós queremos o equilíbrio das contas públicas, mas todas elas são para o andar de baixo. Não vem nenhuma proposta para chamar o andar de cima para cumprir com algum sacrifício para sair da crise”, criticou.
Líderes no Congresso estão certos de que é uma questão de convencimento. Maia vai chamar especialistas em Previdência para mostrar a necessidade da reforma. Também serão realizadas sessões plenárias na Câmara com especialistas e sindicalistas.